Como surgiu o tarot?

As pessoas adoram oráculos. Desde os tempos mais antigos elas analisam suas respostas ocultas para descobrir o que o momento presente lhes oferece e o que futuro trará.

Sistemas de oráculos são encontrados em todas as civilizações nas mais diversas variações. Alguns desses oráculos deram origem a jogos por haver algo em comum entre ambos: o resultado é imprevisível e dependendo do acaso. E pela exatamente aí que  se encontra o fascínio dos jogos de sorte, como de também de a  excitação ao se consultar os oráculos com dados, moedas ou cartas. 

As raízes das cartas são desconhecidas. Muitas histórias e lendas misteriosas que envolvem a sua origem. Alguns acreditam que as cartas teriam vindo da Índia ou do Egito; e supõem que a sua origem tenha sido no Marrocos, como é dito também, frequentemente, que elas teriam sido trazidas para a Europa pelos ciganos. Não existem, porém, pistas ou provas de nada disso.

As cartas mais antigas das quais se tem conhecimento, e que mais se aproximam da disposição e estrutura do Tarôs atual, provêm do início do século XV. 

São cartas belíssimas, que foram-lhe pintadas à outra mão para os Duques de  Milão e são conhecidas como o Tarô de  facto Visconti-Sforza, o nome dos seus proprietários.

Contudo, a palavra Tarô ainda era desconhecida naquela época. As cartas eram simplesmente chamadas de Il Trionfi ou também de Jogo de Trunfos. Somente o cerca de 100 anos mais tarde, é que surge a palavra italiana Tarocco, da qual derivou a palavra alemã Tarock, assim como também a palavra francesa Tarot, com a qual se denomina, nos dias de hoje, o oráculo de cartas, ao passo que em algumas regiões ainda se jogam cartas com o Baralho de Tarock. Porém, não se sabe de onde vem esse nome, nem o que significava originalmente a palavra Tarot. Tampouco se sabe o que se fazia com essas cartas. Existem vários indícios de que as cartas tenham se difundido durante muito tempo exclusivamente como cartas de jogo, e que o seu lado esotérico, seu potencial como oráculo ao qual se podiam fazer perguntas, tendo sido descoberto apenas no século XVIII, em Paris, por Antoine Court de Gébelin.

Desde então, o interesse pelo Tarô tem aumentado continuamente e, ao mesmo tempo, tem surgido uma enorme quantidade de versões das cartas.

Hoje em dia o Tarô de Marselha, do qual existem diversas versões, é tido como o Tarô clássico. O seu nome refere-se ao fato de essas cartas terem sido originalmente produzidas em Marselha. De lá para cá, outras representações de Tarô se tornaram bem mais conhecidas, principalmente as famosas cartas de Arthur Edward Waite e Pamela Colman Smith foram publicadas entre 1909 e 1910 pela Editora William Rider and Son, como “Tarô-Rider-Waite”, e se encontram atualmente em primeiro lugar em popularidade no mundo.

Várias das inúmeras configurações novas que surgiram a partir dos anos 80, no século XX, foram notoriamente inspiradas nesse famoso Tarô, porém existem também outras representações de Tarô completamente inovadoras, como, por exemplo, as cartas fascinantes de Aleister Crowley e Lady Frieda Harris, que foram publicadas em 1944 e também são amplamente difundidas.

Pode-se jogar com todas essas versões de Tarô. Não existe nenhum baralho que não seja adequado ou que dê respostas melhores, piores, mais precisas, mais corretas ou menos confiáveis que o outro. Contudo, para compreender as respostas das cartas, é necessário que se conheça a representação do baralho em questão, pois, evidentemente, nos diferentes Tarôs, as cartas correspondentes não possuem necessariamente o mesmo significado.

Para que então haveria tantas versões diferentes das cartas? Existem até consideráveis diferenças de significado entre alguns Tarôs, sem que com isso um significado seja certo e o outro, errado. Pois todo baralho de Tarô bem-feito é coerente, completo em lógico, se analisado individualmente. Um baralho de Tarô consiste em 78 cartas que se dividem em dois grupos principais.

Um grupo de 22 cartas é chamado de Trunfos ou também de Arcanos Maiores, que significa “os grandes segredos”. Essas cartas formam o coração do Tarô e, sempre que alguém se refere ao Tarô como um Livro de Sabedoria dos tempos antigos, está falando dessas 22 cartas. Quando se sabe ler e compreender a sua simbologia, as suas imagens e estrutura revelam perspectivas extremamente valiosas sobre a existência humana, como também sobre temas e estações arquetípicas que constituem o nosso percurso de vida.

As 56 cartas restantes são chamadas de Arcanos Menores, ou seja, os pequenos segredos. A sua estrutura e divisão correspondem plenamente às cartas de baralho dos dias atuais. Elas também consistem em quatro naipes, mas em vez de Paus, Espadas, Copas e Ouros aqui são encontrados Paus, Espadas, Taças e Moedas, símbolos que correspondem às quatro classes sociais da Idade Média. As Espadas representam os Cavaleiros, as Taças representam o Clero, as Moedas os Comerciantes, e os Paus os Camponeses. Cada naipe consiste em 14 cartas, dentre as quais dez são cartas numeradas de Ás até 10 e quatro são cartas da Corte: Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete. Na maior parte do tempo da sua existência essas cartas não foram ilustradas com mais expressividade do que as nossas cartas de baralho atuais.

Isso se modificou somente com o surgimento do Tarô de Rider-Waite, quando pela primeira vez, todas as cartas dos Arcanos Menores foram ilustradas de tal forma que, desde então, as imagens conduzem ao significado de todas as cartas. Isso, certamente, é uma das razões principais para a grande popularidade das cartas. 

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